quinta-feira, 25 de outubro de 2012

E o destino ?



Ela escrevia seus sentimentos numa folha, já não cabiam mais no coração, eram tantos e tão confusos… Ele a fizera tão mal, ela se doía inteira. Então, os sentimentos eram tantos que já não couberam mais na folha, ela o enchera por completo. Mas o papel acabara, e infelizmente não acabou com ele sua vontade de escrever. Enxugou o rosto e decidiu ir atrás de mais espaço pros se
us sentimentos. Abriu mão de qualquer vaidade e se vestiu de jeans e moletom. Ficou na ponta dos pés para que o porteiro a visse e assim abrisse a porta para o mundo. E assim foi, saiu sem avisar ninguém. Dava passos rápidos e certos. Parecia segura, mas por dentro tremia por inteira. E estava completamente sem rumo, mas ultimamente andava sempre assim. Às vezes, o medo escapava nas suas atitudes. Um latido no portão, e ela pulava. Uma pessoa estranha, e ela corria. Não estava acostumada a andar sozinha… E foi em um desses sustos que ela esbarrou no amor… Poderia continuar dizendo que ela acabou encontrando um príncipe que a esperava com o sapatinho na mão, pronto pra fazê-la esquecer o outro que já tanto a fizera chorar, jurando-a que ele seria diferente. Mas todos conhecemos o final dessa história… Ele não vai ser diferente dos outros, ele vai mentir e depois do tão prometido “felizes para sempre”, eles vão se separar, e ela vai voltar a sofrer. Então, vou simplesmente contar as coisas como aconteceram. A garota, no susto e na correria, acabou por tropeçar e, ao cair, se machucar. A dor externa ainda era bem menor do que a que ela carregava por dentro, mas ela sentiu uma enorme vontade de fazer parar de doer, tudo. Ela se gostou, naquele momento. Ela se gostou, naquele momento, bem mais do que ela gostava dele. Ela se gostou tanto que acabou por esquecer do nome dele. O amor que ela encontrou era maior que qualquer outro, era amor por si mesma, e era novidade, mas ela gostou. Ela levantou, e então voltou para casa. Mas a garota que chegou, definitivamente, não era a mesma que saiu de lá. Ela voltou mais segura, mais mulher, e, incrivelmente, mais bonita. A dor passou, ela já estava bem, ela era outra, outra bem melhor. Mas depois de algum tempo, alguém mais voltou. Era ele, o garoto que a fizera chorar. De novo ela ficou na pontas dos pés para falar com o porteiro, mas dessa vez o pediu para que não abrisse a porta. E não foi por medo, ela estava segura de si. Não quis abrir a porta porque sabia que se saísse novamente atrás daquela aventura, ela cairia, ela se machucaria e então voltaria a doer. “Vá embora” disse ela, e virou-se. Se ele foi embora, ninguém sabe, mas ela foi, e foi pra não mais voltar. “

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